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sexta-feira, 29 de julho de 2011

29/07/11-Três Filhotes de Suindara ou Coruja de Igreja Foram Capturadas Em Uma Casa


Três filhotes de coruja foram capturados pelo Corpo de Bombeiros na Rua João carilho de Castro no Bairro Nossa Senhora de Fátima nesta quinta-feira(28).

Os filhotes que segundo a moradora já estão na casa por um determinado tempo e esperou para que eles crescerem para solicitar os bombeiros.

Segundo ela já tem 20 dias que a mãe dos animais não vai mais alimentar os filhotes e por isso ligou para os bombeiros que tiveram um pouco de trabalho para retirar os animais.
Foi preciso quebrar dois tijolos para a retirada dos animais, eles foram levados para a Cia e depois encaminhados para a Clínica Bicharada.
Os vizinhos disseram que é comum os pais dos filhotes na região, um morador disse que na casa dele eles já fizeram um ninho.


Ordem: Strigiformes
Família: Tytonidae
Nome popular: Coruja-da-igreja, Suindara
Nome em inglês: Barn owl
Nome científico: Tyto alba
Distribuição geográfica: Todo Brasil, América do Sul até Terra do fogo.
Habitat: Grutas, meio urbano e árvores, áreas cultivadas.
Hábitos alimentares: Pequenos vertebrados (roedores, marsupiais, morcegos, anfíbios, répteis e pequenas aves.
Reprodução: 30 a 40 dias de incubação, 3 a 4 ovos brancos, postos no substrato ou sobre uma camada de pelotas de regurgitação desfiada. Os jovens abandonam o ninho com 9 a 12 semanas de vida.
Período de vida: Em cativeiro podem viver aproximadamente 20 anos.


Poucos animais predadores se aproximaram do homem desde que este começou a se organizar em sociedades como fez a coruja-de-igreja ou Suindara (Tyto alba). Até um de seus nomes populares refere-se a uma de suas características: fazer seus ninhos no alto de construções humanas, onde pode ter paz e ficar perto do homem.

Na verdade, a suindara não quer estar perto do homem, a quem respeita e prefere fugir quando se aproxima, mas sim de outro animal que gosta do convívio com ele: o rato. Com o advento da agricultura e da estocagem de alimentos, o ser humano atraiu este animal para perto de si, e suas construções, esgotos e poluição permitiram a ele manter-se como sinantrópico (animal sinantrópico é aquele que se aproveita da convivência com o homem mas de forma indesejada).

Ainda bem que a suindara se alimenta de destes transmissores de doenças e destruidores de alimentos. E é bem equipada para isso. As corujas são um grupo de aves caçadoras que adaptou-se para a caça de presas noturnas, e assim possuem caracteres únicos.Por exemplo, os grandes olhos das corujas são capazes de captar quantidades minúsculas de luz, enxergando até quando nós já deixamos de ver alguma coisa faz tempo. E enxergam tão bem de dia como de noite, muito longe. Porém, isso tem um preço. Ela não consegue mover os olhos. Assim, desenvolveu enorme flexibilidade no pescoço, girando até 270º e praticamente conseguindo ver o que está acontecendo atrás de si sem mover o corpo.

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E ainda mais: as corujas possuem um disco facial de penas no rosto, que na suindara é em forma de coração, agindo como uma “antena parabólica” captando sons e direcionando-os para seus ouvidos, que são postos em alturas diferentes de cada lado da cabeça. Assim, mesmo que não consiga enxergar absolutamente nada, uma coruja consegue ouvir exatamente o lugar onde sua presa está escondida. Então pousa sobre ela com suas grandes garras, que se abrem de modo a atingir a maior área possível, para agarrá-la.

Para não ser ouvida enquanto ataca, as corujas tem asas com forma e penas especiais, que emitem o mínimo possível de som quando ela voa.

A suindara habita todo o mundo, exceto regiões muito frias e desérticas, e talvez seja a ave não-marinha de maior distribuição natural no planeta. E em muitos lugares, infelizmente, ainda é alvo de preconceito. Há quem atire pedras e expulse-as quando as vê. Mas quem age assim é, talvez, por que prefira um rato a passear por sua casa ao invés de apreciar esta ave elegante e bela protegendo-a.


Texto de Ricardo Avari
Biólogo da Divisão de Ciências Biológicas

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