No início da noite de sábado (7) os bombeiros de Patos de Minas foram acionados para uma ocorrência não muito comum na cidade. Uma família do bairro Nossa Senhora de Fátima deparou em casa com uma ave estranha, fez a sua apreensão e sem saber o que fazer, chamou pela Cia de Bombeiros.
Imediatamente a unidade deslocou até o local e os bombeiros depararam com uma espécie rara da fauna brasileira. O Mutum Pinima é uma espécie ameaçada e que de acordo com ambientalistas corre o risco de extinção. Essa ave é vista raramente no Paraná, Norte do Maranhão, leste e sul de Goiás, Oeste de Minas Gerais.
O Mutum de Patos de Minas foi recolhido e encaminhado para a Cia de Bombeiros. No início da semana a ave será encaminhada para uma clínica veterinária especializada em animais para que seja avaliada. O Mutum estava com uma asa cortada e provavelmente estava sendo mantido preso.O Mutum alimenta-se de flores caídas de ipês (piúvas), frutos no chão e invertebrados. Empoleira-se a meia altura, durante a noite ou nas horas mais quentes do dia. O ninho, uma grande maçaroca de galhos e folhas, é construído a 3 ou mais metros de altura do chão, camuflado por folhas da árvore de sustentação. Postura de dois ovos, chocados ao longo de um mês. Os filhotes voam atrás dos pais no segundo dia de vida, sendo a reprodução no final da seca e início da temporada de chuvas.
O nome mutum vem do canto territorial do macho, um som gutural, alto. Mais freqüente de julho a dezembro, embora possa ser escutado em qualquer mês do ano. No período reprodutivo, começa a cantar na madrugada, ainda escuro e prossegue, com grandes intervalos, até o meio da manhã. Canta tanto empoleirado, como no solo, virando a cabeça para o chão, entreabrindo as asas e expulsando o ar pela traquéia, em movimentos ritmados do corpo.
Além desse chamado, macho e fêmea possuem um assobio alto e curto, usado como alarme. Responde, quando imitado.
Vive aos casais, sendo raro encontrá-lo isolado. Muito territoriais, somente aceitam os filhotes juntos por algum tempo, sendo logo expulsos da área, ao atingirem o tamanho dos pais.
O contraste das cores da plumagem dos dois sexos é marcante (foto). Macho todo negro, com a barriga e ventre brancos. A pele nua em volta das narinas é amarelo vivo, em contraste com o negro do bico. Cauda longa e negra, com a uma pequena ponta branca. Já a fêmea é mais colorida, embora o negro domine no dorso. Possui uma série de finas listras brancas nas costas e parte do peito, com a barriga e ventre amarelados. A crista, formada por penas sempre eriçadas, é branca, com pontas negras. A pele das narinas é escura, como o bico e cabeça, às vezes com alguns pontos amarelos. Os filhotes nascem com uma plumagem especial, muito colorida, logo trocada para a plumagem do sexo correspondente.
Apesar de ser uma ave procurada como caça, no Pantanal é bastante freqüente. Nos lugares onde não é perseguida, aproxima-se das casas e vêm ao terreiro comer junto com a criação doméstica.
A fêmea põe 2 a 5 ovos. Apesar de logo ao nascer serem capazes de andar, os pintos ficam sob a guarda da fêmea por até quatro meses.
Nome vulgar: MUTUM PINIMA
Classe: Aves
Ordem: Galliformes
Família: Cracidae
Nome científico: Crax fasciolata
Nome inglês: Bare faced curassaw
Distribuição: Brasil (Paraná, Norte do Maranhão, leste e sul de Goiás, Oeste de Minas Gerais e Panamá)
Habitat: Zonas tropicais
Hábitos: São monógamos. O macho dá comida à femea
Longevidade: 40 anos
Maturidade: 2 anos
Época reprodutiva: Setembro a Janeiro
Incubação: - 33 dias
Nº de filhotes: 2 a 4
Autor: Lindomar Tavares.
Fonte: http://www.avespantanal.com.br/
FOTOS : Aislan Henrique
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