Mesmo sem sair de casa, você pode dar grande contribuição à preservação ambiental. Atitudes simples, que fazem parte do cotidiano de qualquer residência, podem ajudar a melhorar as condições de vida do planeta. II ma lata de alumínio para reciclar aqui, uma lâmpada apagada ali, a energia do Sol para aquecer água e um pouco de autocontrole embaixo do chuveiro acabam fazendo muita diferença. Dá até para medir o tamanho dos benefícios na ponta do lápis ou na calculadora. Imagine que 1milhão de famílias venham a reduzir de doze para seis minutos o tempo médio gasto em cada banho diário, por exemplo. A energia economizada só com essa atitude seria equivalente à produção de uma usina
nuclear como Angra i, que tem capacidade para gerar 600 megawats. Cada pessoa envolvida nessa cadeia de poupança natural economiza energia suficiente para manter uma lâmpada acesa por sete horas.
Claro que boa parte dos brasileiros já aprendeu isso, meio à força, recentemente. A crise no setor elétrico mostrou que os recursos naturais são tinidos e têm de ser usados racionalmente. Mas muita gente ainda tem dificuldade de entender que é mau negócio lavar o carro com água tratada e que aquele
lixo que sai de casa vai acabar, na melhor das hipóteses, num
aterro sanitário, que um dia se tornará um problema para a geração de seus netos,
Não é preciso ser um chato para viver de maneira ecologicamente correta. Menos do que denunciar os grandes desperdícios, a prática consiste em estar atento a pequenos detalhes. Na hora de comprar um eletrodoméstico, por exemplo. é importante verificar se ele foi atestado pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. Se tem o selo Procel, o aparelho está em conformidade com esse programa. Geladeira e chuveiro elétrico são responsáveis. em média, por até 30% da conta de energia de uma residência. Cada um. O selo garante boa redução desse consumo.
O uso racional de água potável ainda é uma causa menos popular que a economia de energia, mas não menos importante. Calcule: se 21 pessoas mantiverem as torneiras fechadas enquanto escovam os dentes, elas economizarão 122 litros de água. Uma boa reserva para um país que ainda registra mais de vinte mortes de crianças diariamente por falta de saneamento. Da mesma forma, a mera substituição do esguicho pela vassoura na hora de limpar o quintal e a calçada permite economizar até 280 litros de água numa única tacada. Nas casas mais modestas, isso é mais do que cabe na caixa-d\'água. Uma torneira pingando pode deixar escoar 150 litros de água a cada 24 horas - o suficiente para matar a sede de uma pessoa por dois meses e meio, pelo menos.
Separar o
lixo para
reciclagem também é fácil. Se houver participação dos vizinhos do condomínio, melhor ainda. São muito poucas as cidades em que as prefeituras realizam a coleta seletiva, mas quem quer ajudar a
natureza sempre encontra associações de catadores de
papel, grupos ecológicos ou mesmo empresas que se interessam em receber o
lixo reaproveitável. Estão se tornando comuns, por exemplo, os supermercados que recebem embalagens plásticas e latinhas de alumínio e dão
em troca cupons de desconto ou para ser doados a instituições beneficentes. Basta passar uma água e guardar as vasilhas usadas até o dia de ir às compras.
Para quem gosta de argumentos econômicos, é bom saber que a
reciclagem de uma única latinha de alumínio propicia economia de energia suficiente para manter uma geladeira ligada por quase dez horas. Numa conta semelhante, cada quilo de vidro reutilizado evita a extração de 6,6 quilos de areia, prática com alto impacto ambienta!. Portanto, mais que uma filosofia de vida, o reaproveitamento pode ser um negócio que ajuda todo mundo a poupar, no fim das contas, dinheiro. De outro lado, quem recicla ajuda a diminuir a
montanha de 200000 toneladas de
lixo produzida diariamente no país. Quase 90% desse material é deixado a céu aberto ou depositado em
aterros irregulares. Levando ainda mais a sério o critério de economia, podem-se usar menos embalagens e controlar também o consumo de
papel. para ficar apenas em dois exemplos. Cada tonelada de
papel poupada preserva vinte eucaliptos.
É claro que, no orçamento de uma família de
classe média, poucas atitudes ecológicas produzem economia entusiasmaste como o uso de gás no automóvel, em vez da gasolina. Mas uma olhada para outro degrau social mostra que, para muitos brasileiros, a
reciclagem já é
fonte de sobrevivência. Em apenas uma cooperativa de São Paulo, uma dúzia de participantes ganha 250 reais por mês coletando e processando material um dinheiro que, antes, ia para o
lixo.
Fonte: Revista Veja